A noite de Neo-Edo era um mosaico caótico de luzes e sons, mas através do visor do meu capacete SPD, o mundo parecia mais nítido, as ameaças mais claras. Minha visão aprimorada me permitia ver assinaturas de energia e pontos de calor, e meus sentidos de Ranger estavam alertas. Corri pelos telhados de telha antiga e plataformas futuristas, sentindo a adrenalina pulsar nas minhas veias. A agilidade do uniforme SPD era impressionante, transformando o labirinto urbano em um parque de obstáculos pessoal.
Cheguei ao Distrito Kaminarimon. O que Edmund havia relatado era um eufemismo. As ruas mais baixas eram um pandemônio. Yo-kai menores, com aparências que variavam de espíritos zombeteiros a criaturas com garras afiadas, atacavam civis assustados. Luzes coloridas de Quirks e shurikens brilhantes de ninjas cortavam o ar. No meio de tudo, uma figura se destacava.
Um homem alto, com cabelos negros desgrenhados e olhos que ardiam em um vermelho ameaçador, usava um cachecol cinzento que se movia como uma vida própria. Era Eraserhead, o herói profissional de My Hero Academia. Ele lutava com uma eficiência brutal, seus "olhos" anulando os Quirks dos vilões e as habilidades sobrenaturais dos Yo-kai, permitindo que ele os derrubasse com sua arma de captura. Ele estava sobrecarregado, entretanto, a quantidade de inimigos era imensa, e ele já demonstrava sinais de fadiga ocular.
Observando de cima, vi um Yo-kai, uma espécie de ogro de pele roxa com chifres, se preparar para esmagar um grupo de civis. Eraserhead estava preso em outro confronto. Era a minha deixa. Saltei do telhado, o impacto da aterrissagem quase imperceptível graças à minha armadura.
"SPD EMERGÊNCIA!" gritei, chamando a atenção.
O ogro Yo-kai virou-se para mim, mas antes que pudesse reagir, disparei meu SPD Blaster, o laser azul atingindo-o em cheio e fazendo-o cambalear. Apontei o blaster para o chão, criando uma cortina de fumaça que cobriu os civis, permitindo que corressem para a segurança.
Eraserhead, que havia notado minha chegada súbita, olhou para mim. Seus olhos vermelhos se estreitaram, sem dúvida tentando anular meu "Quirk", mas nada aconteceu. A energia da Morphin Grid não era um Quirk. Ele estava visivelmente confuso, mas aproveitou a distração para nocautear o vilão à sua frente.
"Quem é você?" ele rosnou, sua voz rouca, sem tirar os olhos de mim, pronto para o combate.
"Apenas um novo parceiro de patrulha," respondi, minha voz filtrada pelo capacete. "Parece que vocês têm as mãos cheias."
Antes que ele pudesse responder, um prédio vizinho explodiu com uma força tremenda. Fumaça e escombros voaram, e uma figura foi arremessada da explosão, caindo pesadamente no chão. Era um homem de cabelos cacheados e roxos, óculos de aviador na testa, e um jaleco branco sujo, com o que parecia ser um braço cibernético e tubos de ensaio pendurados no cinto. Pelas imagens que Edmund havia me mostrado, eu o reconheci: era Pedrux, um cientista excêntrico conhecido por suas invenções bizarras e... sua propensão a causar pequenos acidentes.
"Meu... meu protótipo! Não! Ele está... vibrando!" Pedrux gritou, tentando se levantar, mas parecia ter se machucado na queda.
Da fumaça do prédio, emergiu um Yo-kai gigante, feito de uma substância sombria e em constante mudança, com olhos vermelhos brilhantes. Não era um dos "inferiores"; este tinha poder. Era o que causou a explosão.
"Essa coisa... é poderosa," Eraserhead murmurou, seus olhos agora fixos na criatura. "Não posso anular a essência de um Yo-kai assim."
"Certo. Você lida com os menores, eu cuido do grandão e do resgate," eu disse, sem esperar por uma resposta. Ativei a Delta Sword e corri. O monstro de sombras tentou me atacar com um tentáculo, mas eu desviei com agilidade, cortando a ponta do apêndice, que se dissipou em fumaça.
Cheguei a Pedrux. Ele estava semiconsciente. "Senhor, preciso que se afaste," eu disse, tentando puxá-lo.
"Mas... meu experimento!" ele choramingou, apontando para os destroços do laboratório improvisado. "Ele é instável! Uma anomalia dimensional!"
Merda. Uma ameaça dupla. O Yo-kai e uma invenção perigosa. Com um último esforço, ergui Pedrux e o joguei com cuidado para uma área mais segura, longe do monstro e da instabilidade do protótipo.
"Fique aqui e não se mexa!" ordenei, voltando minha atenção para a criatura sombria. Era hora de mostrar o que o SPD Blue Number Two podia fazer. A patrulha estava apenas começando, e Neo-Edo já estava testando meus limites.