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Chapter 5 - "As Crônicas de Everia: O Fio da Tecelã"Parte 5: A Chama da Revelação

A trilha levou-me para além das fronteiras de Brookside, até uma clareira esquecida entre as colinas.

O céu ainda estava carregado, a névoa enrolando-se como serpentes ao redor das árvores, mas ali, no centro da clareira, a atmosfera era diferente. O ar vibrava, como as cordas de uma harpa invisível prestes a se partir.

Foi onde encontrei o que Sethram tentara esconder.

Um altar quebrado, coberto de musgo e runas esmaecidas, erguia-se entre pedras negras. E sobre ele, cravado como uma lâmina, um cristal muito maior que o fragmento que eu carregava. Seu brilho pulsava de forma frenética, como se reagisse à minha aproximação.

Tarde demais percebi a armadilha.

O chão explodiu em chamas azuladas — fogo etéreo, incapaz de queimar carne, mas faminto por essência mágica. Sethram saiu das sombras, os olhos injetados de poder e fanatismo.

⦁ Sempre foi você, Aethera — ele disse, a voz reverberando através do próprio solo. — A Tecelã... a escolhida para restaurar o Primeiro Tear.

Dei um passo para trás, a mente girando.

⦁ Você está delirando — retruquei, reunindo a magia ao meu redor. Mas no fundo, parte de mim já sabia.

As estranhas manifestações de poder desde minha infância... a facilidade em reconstruir feitiços que até magos experientes consideravam "perdidos"... os sussurros que eu ouvia nas noites mais silenciosas.

Eu era marcada.

⦁ Você não entende — Sethram continuou, dando um passo em minha direção. — Com seu sangue e o cristal, podemos reescrever a própria essência de Everia! Podemos ser Deuses!

Ah, sim. O velho sonho dos magos: brincar de Deuses. Sempre termina tão bem.

Tecelando as forças ao meu redor, senti o Véu da realidade estremecer. Mas desta vez, não puxei os fios delicadamente.

Eu arranquei-os.

Num gesto brutal, invoquei toda a energia contida no solo, no ar, até mesmo no fogo etéreo. As linhas se entrelaçaram, vibrando em fúria sob minha pele.

⦁ Então reescreva isto, Sethram. Soltei a magia.

Uma explosão de pura essência tecida — brilhante como mil sois — rasgou a clareira em dois. O altar se partiu.

O cristal maior explodiu numa chuva de estilhaços negros. Sethram foi lançado para trás, seu grito ecoando além da névoa.

Quando o silêncio caiu, senti o peso das coisas mudarem. Algo se quebrou dentro de mim. Algo se libertou.

Ofegante, caí de joelhos, sentindo a marca pulsar viva em meu peito. O fragmento menor ainda queimava contra minha pele, agora vibrando como se risse.

Sabia que aquela vitória era apenas o início.

Sethram tinha falhado... mas os Tecelões Perdidos, não. Eles despertavam.

E eu, Aethera, Tecelã de Essências, era tanto a chave quanto a sentinela.

O fogo etéreo consumiu a clareira atrás de mim, espalhando chamas azuis como estrelas morrendo. No horizonte, o sol finalmente rompia a névoa, dourando o mundo —

⦁ e anunciando que Everia jamais seria a mesma.

Fim.

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