Era sexta-feira à noite, por volta das sete horas, e um jovem caminhava pela calçada com um sorriso no rosto, a caminho da casa da namorada — a prioridade mais importante de sua vida naquele momento.
Ele era um jovem adulto, recém-formado na faculdade, com um emprego um tanto instável, mas que o ajudava muito — tanto em casa quanto com as responsabilidades de um relacionamento. Este era o nosso protagonista, Arthur Silva.
Arthur tinha 25 anos, cabelos castanhos lisos e levemente ondulados que mal cobriam as orelhas e olhos castanho-escuros que demonstravam uma intensidade e determinação raras. Alguns até o achavam intimidador. Certa vez, um homem abordou sua namorada com más intenções.
Com apenas um olhar mortal, Arthur fez o homem molhar as calças e sair correndo como um cervo fugindo de um leão. Ele tinha uma constituição física acima da média — cerca de 1,80 metro de altura, um corpo bem definido e músculos nos lugares certos, graças à prática esportiva regular.
Naquele dia, ele estava usando uma calça preta, uma camisa branca com detalhes vermelhos e um casaco preto que ele trouxe para a namorada por causa do frio — afinal, eles estavam saindo para passear.
E aquele dia seria ainda mais especial. Por quê? Simples: era o dia do tão esperado pedido de casamento. Ele carregava uma caixa de alianças no bolso da calça e um buquê de rosas na mão direita.
Enquanto caminhava, ele refletiu sobre sua vida e a jornada que havia percorrido para chegar àquele ponto. Ele podia dizer que teve uma vida boa, mesmo tendo enfrentado dificuldades financeiras de tempos em tempos.
Ele sempre encontrava uma maneira de ganhar dinheiro — fosse por meio de empregos de meio período, trabalho braçal ou aulas particulares na universidade. Seus pais sempre fizeram de tudo para garantir que ele e a irmã mais velha tivessem o que precisavam. Por isso, ele se esforçava para contribuir o máximo possível. Afinal, com saúde e força de vontade, não dá para ficar parado. Mesmo quando é difícil, é possível viver honestamente.
Com essa mentalidade, ele terminou a faculdade e conseguiu uma renda estável.
Arthur se considerava realizado. Apesar dos problemas, tinha uma boa família, um grande amor, algum dinheiro (mesmo que não muito) e, acima de tudo, determinação. Ele jamais deixaria o mundo derrubá-lo.
Seu lema era: "Se o mundo me derrubar, eu vou bater nele até ficar preto e azul."
Sua vida sempre foi difícil até chegar onde chegou. Então, ele amadureceu cedo. Os valentões da escola? Ele os espancava. O professor que o desprezava por ser pobre? Sua conta do Google Drive foi hackeada. Vídeos constrangedores dele apertando mãos desajeitadamente vazaram, levando à humilhação pública, à demissão e, segundo a lenda, até mesmo à perda de sua esposa.
Embora sua vida fosse feliz agora, Arthur já havia passado por muita coisa — e sim, ele se vingou de quem merecia. E ele saiu mais forte e determinado a cada vez.
Para ele, a família era o bem mais precioso. Chegou a pensar em deixar o professor em paz, mas o homem ousou falar mal dos pais. E, bem... isso era imperdoável. A Escola Toreto estava em funcionamento.
Depois de toda essa reflexão, Arthur chegou à conclusão de que continuaria se esforçando para ser feliz e fazer seus entes queridos felizes. Ele sempre seguiria em frente, não importa o que acontecesse.
"Como diria Rengoku: Acenda seu coração e siga em frente, porque o tempo não vai esperar você se afogar em lágrimas, desespero e no passado."
"Ou algo assim, já que não me lembro muito bem do filme", disse Arthur em voz alta.
Sim, ele era apaixonado pela cultura otaku — anime, mangá, webtoons, web novels, Marvel, DC e assim por diante.
Se havia uma coisa que ele sempre sentiu que faltava no mundo, era poder de verdade. Ele queria estar no controle de tudo. Proteger aqueles que amava. Sempre se sentira impotente.
Se um ladrão aparecesse com uma arma, o que ele realmente poderia fazer? E se líderes mundiais insanos decidissem lançar bombas atômicas, que poder ele teria para impedir isso?
Os humanos gostam de pensar que são poderosos com saúde, dinheiro, influência ou armas. Mas a verdade é outra. Um vírus microscópico pode matar milhões. Quão fortes somos realmente?
Para compensar essa impotência, ele mergulhou no mundo dos superpoderes, usando a imaginação como uma forma de escapar da frágil realidade em que vivia.
Balançando a cabeça para clarear os pensamentos, ele continuou caminhando até chegar a uma casa de estilo oriental — simples, porém elegante. A família de sua namorada era de ascendência oriental, e a casa havia sido reformada para refletir seus costumes e estilo de vida.
Não pergunte como ele conseguiu uma namorada com pais tão rígidos — nem ele sabia. Mas ele acreditava que o amor não precisava de explicações.
Ele finalmente chegou à porta da frente, ajeitou as roupas, respirou fundo e se preparou para uma nova fase no relacionamento: de namorado para noivo.
Ele tocou a campainha e esperou. Quando ouviu a chave girar e a maçaneta começar a se mover, sentiu algo estranho...