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Chapter 11 - Prova da Mente: Parte II

A escada de névoa levava a um lugar onde o tempo não fazia sentido. Não havia luz nem sombra. Era um limbo onde o próprio ar parece julgar sua presença.

James chegou a uma plataforma flutuante, circular, feita de obsidiana viva. Ao centro, uma mesa com duas cadeiras.

Sentado em uma delas… estava ele mesmo.

Ou quase.

O reflexo era mais velho. Cabelos grisalhos. Olhar resistido. As roupas eram de um arcano consagrado — um Lorde dos Nove Círculos. E o Coração de Myrkanis em seu peito brilhava com uma luz púrpura pulsante.

— "Então você finalmente chegou." — disse o outro James. — "Para decidir se merece existir."

James ficou parado. Algo naquela versão sua… o apavorava.

— "Você é uma projeção." — murmurou. — "A Torre me enganando."

O outro sorri com tristeza.

— "Sou a resposta que você busca… e o preço de encontrá-la."

O ar se alterou. Ao redor da plataforma, espelhos emergentes — flutuantes, como olhos. Cada um mostrou uma cena:

Sua mãe sendo levada por soldados.

Eleanor rindo nos braços de Kael Meryon.

Seus antigos companheiros de guilda expulsando-o sob vaias e xingamentos.

Cada cena se repetia em loop, como se fossem feridas que não cicatrizavam.

— "Você carrega ódio, James. E se não o domar... ele será tudo o que restará." — disse o reflexo.

James cerrou os punhos.

— "Eu não escolhi isso. Nunca quis perder ninguém. Nunca quis esse maldito artistas cravado no meu peito."

O outro James se levantou. Estava mais alto. Mais sólido.

— "Mas agora você tem. E se continuar mentindo para si mesmo, se seguir com esse coração partido, será fácil demais... se tornar eu."

James Cambaleou. As memórias o esmagavam.

Ele viu sua mãe olhando para trás pela última vez.

Sentiu o gosto do sangue na boca quando caiu diante de Kael.

Ouviu o riso cruel de Eleanor ecoar pela sala da guilda.

— "Pare…" — ele sussurrou.

— "Então prove que é mais do que isso." — o reflexo berrou. — "Mostre que não vai repetir tudo que jurou vencer."

As sombras ao redor começaram a se agitar. O reflexo de James agora se transformava em versões diferentes: um tirano. Um assassino. Um rei louco com olhos vazios.

Todas elas, versões de si mesmo… corrompidas.

E todos o atacaram.

James invocou o vento, mas ele se dissipou.

Chamou o fogo, mas as chamas se apagaram.

Era a mente dele. A ilusão dele. E ali, a magia não respondia.

Só restava ele. E sua vontade.

James comentou. Não de raiva, mas em tom de libertação.

— "Eu não sou você!" — disse ao reflexo, cravando o punho cerrado no peito do impostor.

A plataforma tremeu.

Os espelhos se despedaçaram.

As ilusões se desfizeram como fumaça.

Quando abriu os olhos, estava novamente diante da escada, que agora o levava para o terceiro e último teste.

E ouviu, não a voz da Torre… mas uma voz que vinha de dentro.

— "A mente resistiu à escuridão. Agora, resta o Espírito."

James respirou fundo.

Subiu.

Não como um guerreiro.

Mas como um homem que começara a compreender a si mesmo.

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